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Mercado e captação de recursos

Mar Pequeno é um documentário com perfil e potencial para ser exibido em algumas janelas: da televisão paga à internet, das TVs de acesso público a festivais e mostras de cinema etnográfico e/ou ambiental, no Brasil e fora.  O filme traz um conteúdo relevante para a memória do País, importante registro do patrimônio cultural imaterial da cultura caiçara, que há tempos experimenta franco declínio.  

Estamos na fase da captação de recursos para o desenvolvimento do projeto. A captação é sempre uma das mais árduas das batalhas na confeccão de um produto audiovisual no Brasil. De uns anos para cá, no entanto, com a crescente profissionalização do mercado e a multiplicação das plataformas, expandem-se as possibilidades de produção e exibição. Isso tem mudado a feição da produção audiovisual no Brasil, como já acontece mundo afora há algum tempo. 

Além dos meios tradicionais de captação, usando as leis de incentivo, das co-produções com canais de TV, produtoras e distribuidoras internacionais, dos editais de fomento e dos recursos advindos de patrocínio direto, começa a engatinhar no Brasil o sistema de financiamento coletivo de projetos culturais, ou crowdfunding, que aos poucos ganha espaço. É sem dúvida uma alternativa interessante, criativa e com potencial para crescer rapidamente. As quantias levantadas ainda são pequenas para projetos audiovisuais, que em geral envolvem somas significativas, mas já há projetos vencedores no setor, que conseguiram financiar parte de seu orçamento por meio desse sistema. Há alguns sites que oferecem especificamente essa modalidade de financiamento (Catarse, Movere, Sibite, entre outros).

Felizmente, vem aumentando a compreensão por parte dos governos e do setor produtivo de que o audiovisual é estratégico para o Brasil. Os produtos audiovisuais podem levar a cultura brasileira, os temas e elementos nacionais para além de nossas fronteiras geográficas. E isso tem um valor inestimável, nestes tempos de cruzamento de conteúdos, convergências, mundialização. 

Personagens: Feliciano da Cunha, o feliz

Pescador artesanal, residente no Pontal do Leste, a última comunidade da Ilha do Cardoso, há mais de 50 anos. 

Feliciano encanta! Homem experiente, bem-humorado, combativo, bom contador de histórias, ele é um dos líderes de sua comunidade. Nascido e criado na região, nas tradições da cultura caiçara. Sempre viveu da pesca artesanal e criou os filhos para seguirem o mesmo caminho. Ele é um dos únicos pescadores da região que só pesca no mar grande. Usa o mar pequeno para locomover-se e vender seu pescado na região. 

As condições mais recentes de escassez do pescado e as mudanças no cotidiano dos pescadores, no entanto, estão aos poucos empurrando Feliciano e toda a sua família para a atividade turística.

Quem faz o filme?

Deborah Dornellas - roteirista, documetarista, produtora e co-diretora. Jornalista, mestra em História Cultural. Poeta todo dia.

Deborah e Feliciano no set. Pontal do Leste, Ilha do Cardoso, 2007

 Marconni Andrade - fotógrafo, documentarista, co-diteror do filme. O homem das imagens.

Marconni filma Feliciano consertando a rede. Praia de dentro, Pontal do Leste, Ilha do Cardoso, 2007

Destino: Ilha do Cardoso